não por não termos nascido homens. graças a um qualquer acaso de cosmos e genética, estamos num contexto espaço-tempo que até nem é desfavorável ao nosso belo género. não.
é por não querermos subjugar as nossas vontades a pseudo-convenções ultrapassadas, resquícios de mentalidades que simplesmente já não se usam e que nada mais são do que apanágio de gente, simplesmente, mal educada. é por querermos ter amigOs, viver em paz e sossego sem que haja intromissões injustificáveis nas nossas vidas. é por querermos ser autónomas e decidir das nossas sortes e dos nossos azares sem que com isso tenhamos que ser imediatamente associadas a qualquer coisa que seja. é por termos prazer em viver e nem um pingo de vergonha de o admitir. e sair à noite todos os dias se nos apetecer e passar o dia inteiro a comer se estivermos para aí viradas e estar com as pessoas que quisermos, quando quisermos, indiferentes a géneros, cores, classes sociais e outras tretas dessas. por não nos querermos prender a efemeridades e por querer que os nossos sacríficios sejam válidos e reconhecidos.
é o preço que pagamos por não querer ser como as outras.