sábado, março 19, 2005
das floristas
envoltas em ares que se respiram húmidos, com o cheiro da terra no nariz e nas pontas dos dedos e deixando gotas de água perdidas em fuga por entre as pétalas de arco-íris. sempre gostei de floristas e do celofane horroroso (na maior parte das vezes) que usam para cobrir aquelas amálgamas de natureza raptada e controlada, não menos bela por causa disso. beleza constrictor. cheiros de rosas, gerberas, túlipas e estrelícias (as "lindas flores") todas em alegre convivência por entre fetos e outras folhagens, algumas inomináveis outras que dão saudades e vontade de voltar aos jardins desaparecidos. e nos arranjos que se vão construindo com alguma rapidez, a perícia de quem domina caules e folhas, nas enormes coroas funerárias, nos molhos de rosas amarelas, nos cor-de-laranja e nos lindíssimos azuis artificiais, no cheiro, aquele cheiro intenso a húmido e a terra e a natureza amordaçada...