domingo, julho 09, 2006

para a L.

amo-te
de um amor aberto, incandescente e
alucinado

um amor
que não é claro nem é escuro,
é contrastado
e resplandece nos teus sorrisos-novidade e no doce
eléctrico da tua voz

amo-te
com todos os bocados de um eu
superior,
feito todo ele
deste amor efervescente
que me injecta todos os dias
com uma felicidade trovejante

e amo-te porque
sim

porque és tu e és eu e és
um universo inteiro num par de olhos de pau-brasil.

sábado, julho 08, 2006

embalo...

tenho recordações como mordaças a apertarem-me a barriga. pinceladas de azul-noite e de mãos autocolantes que não se fartam nem se julgam. e faço malabarismo com as lembranças desses devaneios que me preenchiam, como antídotos divinos contra o meu cansaço mental. vejo olhos reflectidos noutros olhos e sinto na curva do meu pescoço sopros que murmuram como outros sopros, baixinho também. e toco com a ponta dos meus dedos outra pele, outra que não é a que toco como se fosse minha, como se o meu toque fosse uma qualquer magia e todas as realidades que não quero ver se desvanecessem num instante de delírio. e faz-me falta outra sombra, como me faz falta uma qualquer lua que me purifique o desejo e me carregue embalada no significado de um só abraço.