...há assuntos que são demasiado pessoais para escrever sobre eles (até porque nem discernimento há para tentar) e como há outros que davam tantos posts mas que pura e simplesmente não valeria a pena perder tempo até porque eu já sabia, mas não custa tentar pois não?; e como o que me vai na cabeça não passa de emaranhados de palavras que são soltas mas que me aparecem em sonhos todas sobrepostas, numa sucessão horrível de desilusões e pressões e pedidos de ajuda do meu próprio subconsciente submerso em olhares que se confundem e vozes que pesam na cabeça; e como o meu dia-a-dia me sabe tão bem com excepção daqueles espasmos de solidão inexplicável quando chega o fim do dia e o cansaço pesa nos ombros e no pescoço e na cabeça e no coração e como eu sou capaz de me sentir tão desesperadamente culpada por saber que tenho tanta sorte e ao mesmo tempo sou capaz de me queixar tanto; e como eu ainda consigo ter força para tanto e tudo ao mesmo tempo e como me faz mal não ter hipótese de satisfazer os meus desejos quando quero porque eu preciso, e como...e como eu finjo que há certas coisas que não vejo ou que não me perturbam ou que não me baralham ou que não me interessam ou que não me preocupam, oh que magnífco panto que se encena por aqui, miserável comédia de enganos e ilusões; e como a vida é realmente tão simples mesmo que se tente complicá-la só porque sim e como às vezes é tão difícil lidar com a visão da vida toda à nossa frente.