terça-feira, janeiro 04, 2005

na distância da noite, recomeçar...

desligando botões, desfazendo correntes, desatando nós, fechando portas e portões e gavetinhas.

abrindo todas as janelas.

sentindo a corrente de ar passar junto ao pescoço, colada como um sopro, fresca como o primeiro sol da primavera. deslizando pelos cabelos até às costas, arrastando braços e pernas, imóveis no enleio confortável do ar, frio. inebriante.

sonhando com paisagens distantes, cores nunca antes vistas em nenhuma paleta, odores intensos e reconfortantes. sóis que nunca perdem o brilho, luas que aquecem e estrelas infinitas que se reflectem em sorrisos de amêndoa e laranja amarga.

travos que aquecem a alma.