terça-feira, novembro 30, 2004

presente (sic transit gloria mundis)


Não te quero dar o meu corpo, esse presente envenenado. Sim, hoje podes dizer que é Belo. A sua pele brilha com o reflexo da juventude. A saúde abraça-o e torna-o vigoroso e forte. Do escuro plácido dos seus cabelos podes ver que todo ele vibra, luminoso e macio, esperando o teu toque que o arrepie. Hoje seria um bom presente, fazer-te-ia feliz!

Mas amanhã, quando o tempo por ele passasse, cumprindo a sua ingrata e inevitável missão, de que te serviria esse cobiçado presente?

Eu quero dar-te a minha Alma.