descreio porque parto, sim, mas de mãos
atadas e olhar despedaçado; porque não
são os caminhos tortuosos os que quero
percorrer; porque me deixo enlear pelo
doce sussurrar da cobardia que me sopra
murmúrios de calor – engana-me...
descreio porque não sou forte, não, apesar
de não querer nada mais com o mesmo
furor, e pela mesma via se arrefece o meu
coração (perdido, absorto, já dado quase
morto), em toda a sua pequenez me puxa
e com os seus vapores me seda
numa tranquilidade insuportável.
(e creio, creio mais do que nunca, só
e apenas - porque não deixo de sentir)