quarta-feira, fevereiro 23, 2005

numa folha rasgada e amarelecida entre as páginas de um livro


se são dias esses restos de tempo
acumulados em que os deixas passar
os que deitaste em certas nódoas de vento
o que investiste para ninguém comprar

se são sorrisos esses esgares isolados
sobras de luzes que brilharam p'ra trás
foi por tentares que os deixaste ensombrados
não foi nunca por não seres capaz

se são amores essas nuvens esbatidas
em busca do que nunca ninguém te deu
gotas de sal do mar enfermas, roídas
nos longos gestos de quem nunca sofreu

desculpa se passei e se não parei mas sabes que eu sempre fui assim
desculpa se olhei para ti e se não te vi mas sabes que não é para mim.