desperta-me com um acorde de uma canção desconhecida, faz-me ver que há mais mundo para além do que se põe à minha frente na corrida dos dias que se sucedem, todos iguais. dá-me o que quiseres, o que te aprouver, o que quer que seja que me faça querer-te ainda mais. dá-me tudo de uma vez como se o mundo fosse mesmo acabar amanhã, e não houvesse mais nenhum amanhecer. dá-me tudo e dá-me já, põe-me louca alucinada e deserta por mais um desses instantes que me prendem o respirar e me fazem querer congelar o tempo e guardar o teu olhar numa caixa de recordações, dessas que se enchem de bocados de vida.
desperta-me e depois deserta-me outra vez e deixa-me doente e vazia de noites que não acabam nunca.